quarta-feira, 13 de junho de 2012

Ateísmos

“O mundo seria muito mais pacífico se todos fossemos ateus”
(José Saramago- prémio Nobel)
Todos têm direito ao seu disparate. Este é um, e dos grandes, de Saramago.

Só um olhar muito superficial permite fazer aquela afirmação. É cada vez mais evidente que a Europa está a ficar "ateia". Deus resiste como reminiscência, numa sociedade que quer construir o paraíso "aqui e agora". Só "vai a Fátima" quando a farmácia não tem o remédio. Para esta Europa, Deus é uma hipótese académica, "algo" para além do que conhecemos, mas longe de ser a motivação para a vida.

Outra coisa é a religião e os seus deuses serem explorados pelos espertalhões para domesticar as massas mantidas na ignorância e na opressão.

O erro trágico, autêntico jackpot do euromilhões para o capitalismo, foi a colagem do marxismo ao ateísmo científico e filosófico, insultando a reverência ancestral dos humanos pelo "desconhecido", o qual, quer no imaginário, quer no sentimento e na percepção, permanece como último recurso e última esperança, quando tudo falha nas espectativas do homem.

Custa ver tanto primarismo num prémio Nobel da literatura.

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