sábado, 2 de junho de 2012

Narcisismos

Há dias o bastonário da OA, Marinho e Pinto publicou um artigo em que fala de três grandes "feridas" abertas no orgulho do homem. De facto, depois de séculos a tomar consciência do fulgor da sua inteligencia e racionalidade, condição  ímpar no reino da natureza, começou a julgar-se o centro do mundo e a obra-prima da divindade. O primeiro "murro no peito" veio na descoberta de Copérnico de que o Homem não é o centro do mundo e a terra não é o centro do universo .  O segundo "murro" veio com a "evolução das espécies, de Charles Darwin, evidenciando que o homem é o resultado da evolução natural, fruto de milhões de anos de evolução a partir de outras espécies. Finalmente, um terceiro "murro" veio de Freud que nos apontou o facto de a consciência ser apenas um simples afloramento de uma realidade muito mais complexa que determina as nossas emoções, sentimentos e pensamentos. Muito mais complicados do que aquilo de que temos consciência.
Na minha opinião, estamos a levar com o tremendo de um quarto "murro", de alguma forma implícito nos  três anteriores, mas que nos recusamos a aceitar: a consciência da nossa total identificação com o mundo que nos gerou. Chamar-lhe-ia o "murro filosófico", por significar o fim da "transcendência" ( a metafísica) de uma filosofia milenar. O pensamento reflexivo, a ética e a estética não nos colocam num mundo diferente daquele que nos gerou. Somos um cérebro que evoluiu até à consciência da sua própria realidade, com todas as vantagens inerentes a essa consciência. Também desvangens e angústias.É a suprema humilhação do Homem, admitir que o seu destino é igual ao do seu cão e do seu gato, depois de milénios a sonhar e pensar num destino imortal.
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quinta-feira, 31 de maio de 2012

Antes do Big Bang

Se tudo estivesse em absoluto equilibrio, estava tudo em absoluto repouso. Como foi possivel o Big Bang? Um rasgão no "repouso eterno"? Não faz sentido. Ou a eternidade é uma fantasia.

Consciência

Hoje apetece-me dizer apenas isto: sim, eu sou a consciência dos meus automatismos. Olho para eles com imenso respeito, espanto, admiração e surpresa. Como um filho que olha e fala com o seu pai. Como que a dizer: devo-te tudo, ou quase, e agora estou aqui, diante de ti, expectante, agradecido e deslumbrado.
Isto é a consciência de mim e do mundo.